Um caminho diferente para aprender a ler e escrever

O Projeto Um caminho diferente para aprender a ler e escrever foi criado em 1991, pela Orientadora Educacional, professora Maria Elza de Oliveira Lima, no intuito de buscar novas possibilidades de intervenções pedagógicas para crianças que apresentavam dificuldades no seu processo de alfabetização, visando promover um ensino de qualidade/sucesso para todos, incluindo alunos com necessidades especiais. Neste período, o projeto passou por reestruturações e atualmente conta com a participação da professora Maria Elza e da professora Mariza Konradt de Campos, alfabetizadora que ingressou no projeto em 2003 incorporando ao projeto a perspectiva de ecoalfabetização.

O Projeto Um caminho diferente para aprender a ler e escrever é uma proposta socioconstrutivista que objetiva desenvolver uma prática pedagógica fundamentada teoricamente em Piaget, quanto à construção do   conhecimento e Vygotsky, quanto às contribuições sobre linguagem e interação entre os sujeitos.

A proposta didática socioconstrutivista, possibilita ao sujeito a apropriação das diferentes linguagens que lhe permita interagir com a realidade e com os outros de forma ampla. O Projeto trabalha com a concepção da transdisciplinaridade, abordagem essa, que visa a unidade do conhecimento, o que não significa apenas que as disciplinas colaboram entre si, mas significa também que existe um pensamento organizador que ultrapassa as próprias disciplinas. Neste sentido, os professores procuram ser investigadores e organizadores de experiências significativas. Agem, criam e recriam alternativas pedagógicas a partir da observação e do conhecimento que possuem de seus alunos, desenvolvendo sempre ações que promovam a interação e provocando desafios para que estes resolvam e avancem na aquisição dos conhecimentos. É também um processo de construção do conhecimento social, porque se efetiva na interação do sujeito que aprende com o outro, os objetos e seu contexto social.

Em resumo, como já pontuado no próprio nome do Projeto, a proposta é a de buscar um caminho diferente para aprender a ler e escrever, na perspectiva de que a criança se alfabetize em contextos de uso social da escrita, ou seja, se alfabetize em contextos de letramento. Isso por se considerar que não é mais possível alfabetizar fora de contextos de sentido, o que, exige levar para dentro da escola, a linguagem tal qual ela existe fora da escola; ou seja, é preciso alfabetizar por meio de gêneros do discurso, sem contudo, desconsiderar que o código alfabético também precisa ser ensinado.

No Projeto trabalhamos na perspectiva de ecoalfabetização aliando a alfabetização das crianças à conscientização ambiental e alimentação saudável. A partir de vivências práticas e teóricas, por meio de encaminhamentos pedagógicos lúdicos, são proporcionadas ferramentas para os educandos aprenderem conhecimentos essenciais para preservação do planeta.

Uma vez que a Constituição Federal de 1988, em seu Art. 225, § 1º, inciso VI, assegura o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, atribuindo ao Estado o dever de “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”, subjaz a compreensão de que alfabetizar para/sobre o meio ambiente é  munir as pessoas de conhecimentos essenciais à  preservação da natureza e seus preciosos recursos. Processo de aprendizagem pelo qual todos e todas deveriam passar na atualidade, posto o quadro geral de dilapidação ao qual o planeta vem sendo submetido (CAPRA, 2003). Iniciar esse processo de ensino-aprendizagem já pelas crianças, na escola e fora da escola, tem a potencialidade de ser mais efetivo, porque elas encontram-se em uma fase desenvolvimental em que estão mais abertas a novos conhecimentos e em que os hábitos podem ser (re)educados.

Além disso, preparar as crianças para o bom trato do meio que as cerca as transforma em multiplicadoras desse conhecimento na medida em que elas o levam para casa e passam a esperar de sua família práticas mais condizentes com os valores que estão aprendendo. Ainda nessa linha de raciocínio, é preciso assinalar que as crianças são o futuro. E como o futuro é construído no agora, é que dentro do Projeto Um caminho diferente… se trabalha com a perspectiva de ecoalfabetização, por se entender que é urgente compartilhar conhecimentos sobre os cuidados com a natureza para que a construção de um mundo mais humano, ambientalmente responsável e com valores elevados seja possível (CAPRA, 2003; GADOTTI, 2003).

A proposta de educação ambiental trabalhada a partir do Projeto Um caminho diferente…, tem reiterado, ano a ano, que a horta inserida no ambiente escolar torna-se um laboratório vivo que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas em educação ambiental e alimentar, unindo teoria e prática de forma significativa e contextualizada, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem e estreitando relações por meio da promoção do trabalho coletivo e cooperado entre os agentes sociais envolvidos em busca de uma cultura de sustentabilidade.

Contato das coordenadoras:

Maria Elza de Oliveira Lima: 

Mariza Konradt de Campos: