Trabalho colaborativo entre universidade e escola na formação de professores de Inglês

Há pelo menos 20 anos iniciaram-se as primeiras parcerias entre a Universidade e a Escola nesta instituição de ensino no que concerne o ensino/aprendizagem da língua inglesa. Essas parcerias têm buscado estabelecer cada vez mais uma relação orgânica entre os envolvidos no processo em que todas as partes envolvidas são consideradas iguais (Lucena, Silva & Bazzo, 2014; Lucena & Bazzo, 2009) e cujo projeto de formação de professores segue uma abordagem reflexiva (Bazzo, Silva & Lucena, 2010; Schön, 1983, 1987, 1988; Zeichner, 1993).  Entretanto, esse é um processo longo e cheio de conflitos que são importantes para o desenvolvimento de todos os envolvidos, uma vez que é pelo meio do conflito (de conceitos) que há o desenvolvimento cognitivo e profissional dos (futuros) professores.

Nesse sentido, de modo a pensar estratégias para o desenvolvimento cognitivo e profissional dos futuros-professores de inglês, este estudo acompanhará os futuros-professores de inglês em fase final do curso de Letras – Inglês (7º e 8º semestres) ao longo do desenvolvimento do seu estágio supervisionado na(s) turma(s) da professora da escola que os receberá em uma de suas turmas. O objetivo deste estudo é investigar como se dá o trabalho colaborativo entre os professores formadores (Universidade e Escola) e os futuros-professores.

O trabalho colaborativo é importante tendo em vista que o período do estágio pode apresentar muitos desafios aos futures professores, pois além do domínio de conteúdo e metodologias de ensino, eles devem lidar com diversas variáveis que se apresentam no contexto escolar, tais como, as diferenças individuais dos alunos, inclusão, estilos de aprendizagem, indisciplina, reuniões escolares, reuniões de pais e o próprio planejamento, por exemplo (Januzzi, 2010; Xavier, 2010; Viçoso, 2010). Além disso, devem conhecer também os documentos que norteiam o ensino de língua adicional/estrangeira no país, tais como a Lei de Diretrizes e Bases (1996; 2017), os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs, 1998, 2000; PCN+, 2002), as Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (2006) e o Programa do Livro Didático para língua adicional/estrangeira (PNLD, 2011; 2012; 2014; 2015; 2017; 2018). E para complementar, precisam compreender o que é ensinar uma língua adicional/estrangeira no contexto escolar.

Ao chegar à Escola, os futuros-professores terão de lidar com todas essas variáveis que poderão estar muito além de sua zona de desenvolvimento próximo (ZPD) (Vygotsky, 1978). Desta forma, a mediação estratégica (Dellagnelo & Moritz, 2017; Johnson 2006, 2009; Lantolf & Thorne, 2006; Wertsch, 2007) é conceito chave para que eles possam operar com os conceitos necessários para seu desenvolvimento cognitivo e profissional buscando atingir o nível de pensamento conceitual relacionado à prática docente. Neste sentido, o trabalho colaborativo pode ser uma ferramenta importante para auxiliar no desenvolvimento cognitivo e profissional destes futuros professores (Johnson, 2009) que após o período do estágio estarão habilitados a assumir suas próprias salas de aula (Lortie, 2002).

Responsável: Profa. Nádia Karina Ruhmke-Ramos

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Participante: Prof. Dr. Hamilton de Godoy Wielewicki (MEN-UFSC)
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