Colégio de Aplicação

Imagem: Elaine Cristina da Silva, Assistente Social – CA/UFSC

O dia 20 de novembro surge na década de 70 como um contraponto ao 13 de maio, dia da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel em 1888, que deu fim legal à escravidão, porém não garantiu nenhum direito à população negra e jogou-os à própria sorte sem educação, emprego, renda, terras, saúde ou moradia. A falta da dimensão social e política da abolição causou impactos de desigualdade de oportunidades e condições que se estendem aos descendentes dos africanos até hoje, pois a “libertação” do cativeiro significou também abandono e marginalização dessa população, que há gerações estão entre a maioria nos índices de pobreza, vítimas de violência, baixa escolaridade, etc. Também são a maioria em moradias precárias nas favelas, em subempregos com baixa remuneração, no sistema carcerário, nos índices de violência policial, entre outros dados alarmantes sobre as condições de vida dos negros e negras no Brasil. O racismo é, portanto, um sistema que estruturou a sociedade brasileira desde seu início e é ele quem faz perdurar essa opressão e exploração do povo negro. Por isso, o 20 de novembro, ou dia de Zumbi dos Palmares, serve justamente para demarcar e relembrar a luta histórica por direitos, por reconhecimento, por acesso às oportunidades de toda população negra, visando a que tem sido tão importante para construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Texto: Bruna Leidens, Assistente Social – CA/UFSC.